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terça-feira, 28 de maio de 2013

A Lenda dos dois irmãos - Capítulo 9: - A chuva que fere

          Taka correu para sua a Pedra do Rei o mais rápido que pode e chorou amargamente. Seu pai o estava excluindo... Ele não gostava dele. Não queria que ele governasse e estava ignorando ele totalmente. E Mufasa estava apoiando... Uma dor crescia no peito de Taka enquanto ele corria, cada vez mais rápido, até qualquer lugar. Lágrimas rolavam por seu pelo e suas patas estavam doloridas pela corrida.
          Ele não aguentava mais correr e parou debaixo de uma árvore qualquer. Lá ele chorou ainda mais. Quando se cansou e não saia mais lágrima alguma de seus olhos, Taka viu a lua cheia no céu. Ela estava extremamente brilhantes neste dia.
         Taka ficou observando e um pensamento lhe ocorreu: "E se eu fugisse?", "Talvez nem faria tanta falta assim já que ninguém liga para mim." E ele acabou adormecendo, perdido em pensamentos de fuga.

       

          A luz do sol iluminou os pelos de Taka, que sorriu com o contato quente, que iluminava seus pelos. Mas ele logo sentiu gotas de chova molhando todo o seu pelo e acordou, assustado.
          Ele olhou ao redor e viu que estava no mesmo local em que adormecera. Ao longe pode ver a Pedra do Rei. Nuvens tapavam o sol que antes brilhava em seu rosto, e os pingos de chuva caiam grossos, deslizando sob seu pelo e deixando-o colado ao corpo.
          Taka suspirou e olhou uma última vez para a Pedra do Rei, ele se virou para começar a caminhar sem rumo, sem destino, mas um rugido fraco mais adiante o fez parar. Ele olhou para trás, com medo e viu a cara de Ahadi furiosa. Os olhos tinham um brilho selvagem e a juba negra estava totalmente molhada por causa da chuva que começara.
          -O que significa isso? - Ahadi gritou para o filho, que se encolheu e recuou alguns passos com a cauda entre as pernas.
          -E-eu me perdi - o filhote mentiu.
          -Se perdeu? - Ahadi riu ironicamente. - Olhe para a pedra, ela está bem na sua cara! - Taka olhou e engoliu em seco. - O que você estava fazendo?
          Taka não respondeu nada, apenas olhou novamente para o chão.
          -RESPONDA! - Ahadi rugiu, e isso fez o filhote se encolher ainda mais. Lágrimas começaram a se formar em seu rosto.
          -E-eu vi você e Mufasa no nascer do sol, na Pedra do Rei e no pôr-do-sol - Ele falou rápido, sentando-se e inflando o peito, para mostrar que não tinha medo.
          As palavras o filhote pareceram exercer efeito no pai, seu rosto pareceu chocado, mas somente por um segundo, pois logo depois sua cara virou em fúria novamente.
          -Trate de não se orgulhar por tentar ter fugido - Ahadi gritou e Taka se encolheu novamente. Claro que o pai entendeu que ele iria querer fugir. - E Mufasa é o herdeiro por direito, isso não significa que você precisa fugir - ele rugiu.
          -Sabe, - Taka disse lentamente, ignorando o olhar furioso do pai. - Às vezes acho que você não me ama. Você só fica com Mufasa!

          -Mas eu amo os dois! - Ahadi gritou e depois sentou-se ao lado do filho, que se afastou e sentou mais distante dele. Lágrimas escorreram pelo seu rostinhos miúdo enquanto Ahadi o ignorava.
          Como seu próprio filho podia pensar isso dele? Ele apenas estava olhando pelo verdadeiro rei, o que nasceu antes e tinha total direito do trono.
          Ao ver o filho chorando, Ahadi não teve nenhum sentimento de tristeza ou culpa. Apenas raiva...
          -Não criei meus filhos para serem fracos! - ele rugiu, avançando sobre Taka,  que ficou de barriga para cima, chorando e soluçando ainda mais.
          -Taka! - a voz de Uru se destacou e o filhote viu quando a mãe empurrou o pai para o lado, ele saiu e um grunhido soou de sua garganta.
          A mãe abraçou Taka com força. Seus pelos molhados e espessos entraram em contato com o corpo frio e soluçante do filho, que o abraçou com ternura. Taka viu Mufasa mais adiante, perto de uma pedra.
          -Porque você fez isso? - Uru rugiu para Ahadi, largando Taka, que correu em direção à Mufasa, que o abraçou com uma pata. O filhote choroso encostou a cabeça no peito do irmão e continuou chorando.
          -Não criei meus filhotes para serem fracos - Ahadi falou, e ele e Uru começaram a andar em círculos.
          -Pois acho melhor rever seus conceitos sobre ser fraco - Uru falou baixo, mas ameaçadoramente e foi em direção aos filhos.
          Ahadi continuou sentado, observando Uru atravessar a chuva com Taka e Mufasa protegidos debaixo de sua barriga, para que não pegassem muita chuva.
          Os três caminhavam lentamente, pois a chuva retardava seus passos. Raios e trovões começaram a encher o céu e a chuva ficou mais forte.
          Suas patas estavam cheias de barro e deixavam rastros para trás, os filhotes estavam com muito frio e Uru queria a todo custo protegê-los.
          Ela estava furiosa com Ahadi. Mas olhou para trás. Um raio iluminou o céu cada vez mais escuro, e ela pode ver que Ahadi continuavam sentado do mesmo jeito que antes, parecia nem se importar com o tempo e seus filhotes.
















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E ai??? O que vocês acham que vai acontecer agora???

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